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Sophie era uma princesa e seu pai, o rei Carlos, como qualquer pai de princesa normal, queria que ela casasse com um príncipe, o problema é que além dos príncipes que seu pai lhe apresentava serem “defeituosos”, ela era apaixonada por Marvin, um alquimista de família simples.
Marvin era um garoto doce, tinha cabelos espetados tão negros quanto seus olhos, totalmente diferente de Sophie com seus lisos fios loiros e olhos verdes. Os dois se conheciam desde pequenos, e o pai de Sophie sempre aprovou a amizade, pois na época os alquimistas eram muito respeitados. Porém quando a rainha Alexia disse ao marido que Sophie e Marvin estavam se tornando mais que amigos, a situação mudou...
- Papai! O que você fez com o Marvin?- Sophie entrou no salão principal feito um furacão.
- Ora, eu só estou fazendo o que um rei tem de fazer!
- Isso inclui mandar prender ele?
- Você prendeu o garoto, Carlos?- a rainha levantou para poder olhar direito para o marido.
- Alexia, ele estava desrespeitando as regras, e, é sim, um trabalho de um rei fazer com que se cumpram as leis. - disse o rei com olhar de vítima.
- O que ele estava fazendo, Sophie? – Alexia foi em direção da filha sem dar a mínima para o olhar do marido.
- Estava pegando flores porque a mãe dele pediu.
- Ele estava nos domínios do castelo depois da hora permitida!
- Carlos, você acha o quê? Que o garoto iria tentar dominar o reino com um ramo de flores?
- Nunca se sabe, ele podia transformar as flores em gigantes...
- Pai, isso é realmente impossível, e aquelas flores só podem ser colhidas à noite. Agora faça o favor de mandar aqueles trogloditas soltarem ele.
Depois de mais algum tempo de discussão, Alexia convenceu o marido a soltar Marvin. Sophie estava doida para vê-lo, porém não sabia como. Seu pai havia montado um sistema de segurança que consistia em um guarda aparecer em cada lugar que ela estava. A princesa não conseguia ficar nem cinco minutos sozinha, mas sabia que Marvin iria aparecer, ou pelo menos achar um jeito de dar notícias. Sophie passou o dia todo a espera de um sinal, e nada, chegou a perguntar se o pai havia mesmo soltado o garoto, perguntou aos servidores do castelo se alguém o tinha visto, mas ninguém lhe deu uma resposta afirmativa. Ela esperou o dia todo, e nada.
A noite Alexia foi ao quarto de Sophie como nas outras noites, mas tomou um susto. Sophie não estava na cama, ela pensou que a filha podia ter fugido pela janela pra procurar o alquimista, como já tinha feito algumas vezes, mas quando olhou na direção da janela encontrou a filha sentada olhando a noite.
- Sophie, vai dormir, já está tarde.
- Ai mãe. Estou tão preocupada, não tive nenhum sinal de Marvin o dia todo.
- Oh, meu Deus! Sophie vá dormir. Amanhã seu pai vai caçar e você vai ter o dia todo para ir atrás do Marvin!
- Tá bom. Acho que é melhor mesmo descansar, vou precisar estar resistente para falar com ela amanha. Boa noite.
-Não vá brigar com o garoto por causa disso hein... Boa noite, meu bem. – Alexia deu um beijo na testa da filha e saiu do quarto.
Sophie resolveu dormir com a janela aberta, pois era uma noite quente, ficou pensando em todos os insultos que ia atribuir ao namorado no dia seguinte, e demorou a pegar no sono. E quando, finalmente, conseguiu...
- Muito bem! Eu lá preso e ela dormindo, bela namorada eu fui arranjar. – Marvin estava encostado na janela como quem espera a chuva passar.
- Marvin! – gritou Sophie pulando da cama.
- Psiu! Quer acordar o reino todo?- disse ele fingindo um ar de preocupado.
Sophie correu para dar um beijo nele, que foi seguido de sessão de tapas...
- Você é maluco! E quer me deixar maluca!... Como é que você me deixa um dia todo sem notícias, depois de saber que você foi preso, seu estúpido...
- Ei, ei, calma aí! – disse ele contendo as agressões.
“Você queria que eu fizesse o quê? Batesse em cada guarda e invadisse o castelo?”
Depois de um tempo, Sophie contou tudo que se passara pela manhã no castelo...
- Bem, com o material certo talvez eu produzisse os gigantes, mas não quero tomar o reino... Só a princesa! - disse Marvin puxando Sophie pela cintura.
- Ora, mas é sério, temos que tomar mais cuidado, papai está ficando desconfiado...E isto me lembra que você tem que sair, já está quase amanhecendo e papai gosta de me ver antes de sair para caçar.
- Caçar... Significa que teremos o dia todo, princesa?- Marvin olhou a princesa sorrindo e aproximando ainda mais ela.
- Hum, não depende de mim...- disse Sophie enquanto se livrava dos braços de polvo do namorado - A não ser que bata em cada guarda. – ela piscou para ele e se afastou mais.
- Ora, mocinha, não use meus próprios argumentos contra mim.
- Tá, mas é sério você tem que descer vem.
Sophie abriu a janela onde havia uma enorme corda na parede com um gancho. Marvin começou a descer, porém subiu de novo.
- Esqueci uma coisa, princesa!
- O quê?
Marvin deu um beijo em Sophie, disse boa noite, e desceu de novo. Sophie voltou para a cama, pensou em ficar acordada para esperar o pai, mas desistiu quando percebeu que ainda estava vermelha e se enfiou debaixo do lençol.
