sábado, 20 de agosto de 2011

Hunters


Nem todos os casais são típicos, nem todos combinam, nem todos você olha e pensa “eles são um casal”. Dave e Charlotte são um ótimo exemplo, eles discutem, não combinam, mas tem uma coisa que não se pode duvidar, eles se amam incondicionalmente, já o Allan e a Ruth por outro lado, é como se tivessem sido feitos um para o outro. A Charlotte e a Ruth se tornaram amigas intimas em apenas três dias de convivência, é como se elas tivessem sido colegas de quarto a vida toda, Dave e Allan são primos, apesar de Dave ser dois anos mais velho os dois sempre foram criados como irmãos, desde crianças faziam praticamente tudo junto.
Quando Dave tinha 17 anos seus pais morreram em um acidente sem muitas explicações, ele foi muito bem acolhido na casa de Allan, mas nunca conseguiu parar de pensar no acidente, sempre procurou uma forma de entender o que havia acontecido, mas nunca obteve uma resposta, até que dois anos depois os pais de Allan também sofreram um acidente fatal sem explicações...
-Eu tô falando sério cara! Tem alguma coisa muito estranha rolando...
-Dave! Você tá pirando irmão! Olha, eu também to triste e com raiva, mas pessoas morrem em acidentes de carro todo dia!
Isso Dave entendia muito bem, só que nem tantas pessoas sofriam acidentes em carros perfeitos saídos das revisões em ótimos estados, nem tanta gente morria sem explicações numa estrada vazia na entrada de um bosque totalmente fora da rota normal da pessoa. Allan também se perguntava isso, mas sempre foi mais cético que o primo, porém o que aquele homem disse e mostrou fez a cabeça de Allan girar.
O Sr. Hopkins estava no enterro dos pais de Allan e também esteve no dos pais de Dave, os garotos se lembravam, pois em ambos notaram que ele não focava no velório em si como todos os outros presentes, era como se ele estivesse falando com alguém que os meninos não conseguiam identificar e lançavam olhares furtivos para os dois, até que um dia ele foi fazer uma “visita”, com essa visita ele abriu a mente dos rapazes para certas coisas que eles desconheciam, ou simplesmente não acreditavam...
4 anos depois
-Dave você está bem? – antes de ter uma resposta Allan foi jogado contra a parede e ouviu duas de suas costelas.
-Estou cara... Mas estou começando a ficar irritado! – Dave não aprecia muito melhor que o primo, mas conseguiu se levantar, com uma certa ajuda...
-Ah, você está com raivinha por estar apanhando?- falou uma garota loira enquanto segurava-o pelo pescoço.
-Não docinho, estou me irritando porque você ainda está tagarelando!
-Então deixa que eu resolvo!
Allan estava de pé atrás da garota segurando um punhal, quando ela virou ele encostou um pequeno rubi que havia na ponta entre os olhos dela, que foi tomada por uma chama azul iniciada exatamente no ponto do toque, e desmaiou assim que o espírito deixou seu corpo.
-Acha que ela está bem? –perguntou Allan enquanto ajudava o primo a colocar o corpo no sofá.
-Acho que sim, mas não vai acordar tão cedo. Acho melhor agente ir, temos um “compromisso”!
-Não sei por que ele insiste em no manter sociáveis...
-Eu não sei por que ele insiste em manter VOCÊ sociável, eu sou um doce de pessoa! – Dave piscou para o primo e saiu em direção ao carro enquanto Allan trancava o apartamento da garota.